quarta-feira, 26 de maio de 2010

Fatos e verdades inconvenientes do amor

Ultimamente, a apêndice que eu nem tenho mais tem doído para burro! Não sei se é porque o tempo anda úmido demais, e aí a gente se apóia nessas crendices de vovós (ai, meu joanete tá me matando, vai cair um temporal amanhã...) ou se é a vida mesmo que anda num arroubo de sadismo, cutucando minha cicatriz cirúrgica só para se divertir. Nesses momentos, desolados diga-se de passagem, minhas opções são poucas: tomar um trago, filosofar e encher o saco. Tudo isso claro, sem o opcional do sofrimento. Por isso caros leitores, eis a hora conveniente de ser inconveniente, e pensar em alguns fatos e verdades do amor e suas relações. Afinal, se cutucam minhas feridas, eu cutuco as dos outros... Então, venham comigo e vamos encarar os fatos nesta lista que fiz:

- Como qualquer história na vida, todo relacionamento tem início, meio e fim. Porém, a diferença está em qual dessas três partes enrolamos mais.

- Só porque a pessoa é legal, não significa que ela esteja te dando mole. Do mesmo jeito, só porque a pessoa está te dando mole, não significa que ela seja legal.


- Quer várias pessoas a fim de você? Então comece a namorar. Não quer ninguém na sua volta? Fique solteiro.

- Redes Sociais não são fontes confiáveis de informação sobre a outra pessoa, mas eles servem como uma fonte de sabedoria e ilusões para nós, quando estamos interessados em alguém. Da mesma forma, eles podem vir a ser tornar mais tarde, nosso instrumento de tortura pessoal favorito.


- O início é a melhor parte do relacionamento, pois nossos cérebros estão reagindo sobre uma overdose de dopamina. Quer manter isso para sempre? Torça para inventarem a dopamina em cápsulas e venderem em supermercados...

- O romance só existe (e resiste) de verdade sob essas três formas: 1) no início de um namoro; 2) pela vontade mútua e divina do casal, e; 3) nos filmes e novelas.

- Falamos que queremos romance, amor por toda
a vida, encontro de almas, demonstrações públicas de afeto, etc, etc e tal... mas no fundo, o que queremos mesmo, é sexo.
- Dois corpos só se satisfazem por completo na cama, mas dois corações, só na alma.

- Os opostos se atraem, mas só os semelhantes duram.

- Ficar com alguém só por ficar, pode vir a ser um dos seus maiores erros, e o início de muitas incomodações...

- Não, nem a pau sua namorada vai se parecer com a Juliana Paes ou seu namorado com o Johnny Deep!


- Você acredita em perfeição? Que legal, eu também! Falando nisso, Papai Noel me ligou hoje de Marte e disse que está muito frio por lá...

- Antes de se perguntar se a outra pessoa vale a pena, pergunte se VOCÊ vale a pena...

- Apaixonar-se é como andar em uma corda-bamba: é instável, se cairmos levamos um tombo feio, mas caminhamos rindo como se nada fosse nos preocupar.


- Os poetas do Romantismo afirmaram, depois a cultura pop massificou e por fim os Emos continuaram a encher o saco, mas a verdade é quase irrevogável: "a essência do amor é a dor."

- Em um relacionamento, um vai amar e demonstrar isso mais do que o outro. O problema é quando o que "demonstra mais" não entende isso.

- Pense bem antes de comprar aquele presente caro para a outra pessoa. Nenhuma relação vale o nome no SPC.


- Ninguém gosta nem suporta cobranças. Se é um saco pagar o aluguel todo o mês, o que dirá tentar entender porque a relação não está dando certo...

- Se a pessoa diz que "precisa de mais espaço" ou de "um tempo para ela", ela está sendo educada em dizer que não te quer mais.


- A pessoa por quem você foi trocada pode ser um verme inferior e nem chegar aos seus pés, mas isso nunca servirá como consolo. Afinal, quem foi trocado foi você.

- Ciúmes são tão úteis em um relacionamento quanto pulgas debaixo de um lençol.

- Ah, mas você é daqueles que acha que o ciúmes é o "tempero da relação". Ok, então pense assim: o ciúmes é um tempero, como sal e pimenta, e a relação é uma ferida aberta e ardida. Legal, né?


- Rotina é igual a gente chata em festa: por mais que você se desvie, é impossível fugir dela.

- É possível amar e odiar uma mesma pessoa ao mesmo tempo, assim como pode-se amar e amar duas pessoas ao mesmo tempo!

- A razão pode salvar seu relacionamento, e o sentimento afundá-lo, da mesma forma que o sentimento pode salvar sua relação e a razão afundá-la!

- A pessoa por quem você suspeita que seu(sua) namorado(a) possa estar se interessando normalmente não é o problema. O problema é justo aquela pessoa que você sequer imagina...


- O amor é um escravo sadomasoquista da dúvida.

- Para trair, basta pensar...

- Os relacionamentos amorosos acabam, os chifres sempre ficam. (e os carnês das prestações também...)

- Trair é mais complicado do que você imagina, mas para a outra pessoa é mais simples do que comprar bala na venda da esquina.

- Nunca perdoamos uma traição de verdade. O que pode acontecer, é dizer que perdoamos a pessoa, em nome de uma seca danada que estamos passando...

- A pior coisa de um relacionamento (dentre dos vários piores...) é começar tudo de novo.

- Em todo o relacionamento, quem acaba sempre fica melhor do que você. Fato.

- Dizer "eu ainda te amo", "não sei viver sem ter você", para uma pessoa que acabou contigo não vai comovê-la nem trazê-la de volta. Pelo contrário, ela se sentirá melhor com seu ego elevado e ficará estimulada a continuar sem você. Afinal, ela está na melhor e você na pior.


- É justo quando estamos na pior, quando nosso mundo está desabando e o Diabo nos abana do inferno, que a outra pessoa inventa de acabar...

- O relacionamento acaba, mas o sentimento de posse persiste por mais um tempo...

- Os anos de relacionamento, às coisas incríveis que vocês viveram, as juras de amor eterno, e a dedicação que você teve à outra pessoa, não servirá de nada quando ela dizer: "não te quero mais..."

- Álcool + Recalque + Ex = Merda


- É mais fácil lamber seu cotovelo do que provar para a outra pessoa de que "tudo poderá ser melhor de agora em diante..."

- Recaídas nem sempre significam recaídas. Elas podem ser simples momentos de "hum, será que ele(a) continua na mão...?"

- Para esquecer uma paixão, só se precisa de uma nova paixão. Aham Cláudia, senta lá!

- Em um relacionamento, sempre nos preocupamos mais com o que sentimos do que com o que a outra pessoa sente. Fato.


- No amor, todos os fatos e verdades são previsíveis. Apesar disso, as pessoas continuarão sendo sempre imprevisíveis.

- Por mais inconveniente que todos esses fatos sejam, o mais conveniente a se fazer é não dar bola para tudo isso. Afinal, a vida precisa continuar...

- "Tudo é uma questão de se acostumar com a dor... ou rebelar-se contra ela! Fato."

terça-feira, 18 de maio de 2010

Quero me apaixonar!

Neste mundo tem louco para tudo. Uns acreditam que Jesus Cristo voltará em um disco-voador, outros correm maratonas pelados, e ainda há aqueles que elegem um rinoceronte para vereador (se bem que muitos votam em coisas bem piores...). Há bizarrices e absurdos suficientes por aí, e sempre vai haver alguém disposto a testar os limites de nossa imaginação. No entanto, a loucura mais comum e corriqueira que existe, é o nosso desejo latente e constante de eliminarmos nosso senso de racionalidade. No fundo, gostamos de ser loucos, de saborearmos a insensatez, caso contrário não viveríamos arriscando nossa sanidade em nosso anseio vital de nos apaixonarmos.

Paixão e loucura quase chegam a ser sinônimos. Digitem essas palavras juntas no Google, e vocês irão encontrar mais 6.350.000 resultados, que vão desde músicas bregas até histórias de pessoas que literalmente enlouqueceram, e foram internadas em um sanatório por causa de uma grande paixão. Por isso, quando vejo uma pessoa por aí gritando "eu quero me apaixonar", fico no impasse de mandá-la para um psiquiatra ou até mesmo para uma sessão do descarrego da Igreja Universal do Reino de Deus. Mas claro que eu não faço nada, pois também surto desse jeito seguidamente. "Macaco olha teu rabo", já dizia o velho ditado. Contudo, isso ainda não suprime minha convicção básica:
apaixonar-se é enlouquecer. Fato.

Sim, pois não consigo ver coerência em desejarmos um sentimento que nos deixa sem o sono, sem fome (anorexicos de plantão não contam), transforma nossos estômagos em uma criação de borboletas e vira nossas vidas de ponta-cabeça. Nossos sentidos ficam anestesiados e nossos corpos totalmente dopados. Agimos como chapados alucinados: nossos olhos só enxergam a pessoa, fruto de nossa paixão, e pensamos nela todo o tempo e em todos os lugares. Nenhuma notícia pode abalar nossos ouvidos, nem mesmo uma catástrofe nuclear ou que Jesus Cristo realmente voltou no tal disco-voador, acompanhado pela Dercy Gonçalves e pelo Michael Jackson. Entramos em realidade alternativa, beiramos entre o patético e a internação psiquiátrica, pois vemos o mundo mais colorido e cheio de coraçõezinhos que um desenho animado dos
Ursinhos Carinhosos. Perdemos quaisquer sensos ou noções, pois nosso cérebro fica carregado de dopamina, exatamente igual ao de um dependente químico... Oh, meu Deus!
Paixão é realmente uma droga, tão poderosa que é capaz de fazer uma viagem de ácido "das braba" parecer bala de goma.

E como se não bastasse tudo isso, ainda regredimos mentalmente. Estudos comprovam que o apaixonado tem problemas de concentração, raciocínio lógico e dificuldades em aprender coisas novas. Isso sem contar na sua total falta de discernimento perceptivo. Daí a explicação do porquê, uma criatura apaixonada acha os modos daquele peão que arrota e come feijão com as unhas, mais refinados que os de um
maître francês, ou então que aquele bagulho desdentado poderia ser estrela de um comercial da Colgate. Para piorar, além da cegueira a qual estamos submetidos, ainda fazemos coisas idiotas, como gastar o dinheiro que não temos em presentes mirabolantes, nos endividar em nome do amor e falar as maiores bobagens do mundo como se fossem parábolas bíblicas. Chegamos até ao cúmulo de achar o cocô do outro a coisa mais cheirosa do mundo. Viramos retardados mentais, inventamos "apelidinhos" gosmentos para o outro como "amoreco", "chuchuzinho", "bebezinhulindu", ou ainda produzimos sons indecifráveis como "tchucthucu" (ai, que ânsia de vômito...). Comprovado pessoal: a paixão nos deixa burros.Contudo, apesar de sermos resumidos a loucos, drogados e burros, ainda persistimos na nossa vontade de vivermos uma grande paixão, e de nos aventurarmos nas berlindas da inconsequência a qualquer custo. Afinal, o que é a estupidez ou a insensatez comparadas a um "eu te amo para sempre"? Assumimos nossa condição de idotas, bregas e piegas, mas por outro lado, temos a certeza de que viver e morrer na razão e na rigidez emocional também não tem graça nenhuma. Até porque nem mesmo um coquetel de Ecstasy, LSD, Anfetamina e suco Golly poderia produzir em nossos corpos as sensações extrassensoriais que só uma paixão é capaz. Sintam isso ao som bate-estaca de um psy trance, e veremos que a paixão é o mesmo que uma rave na alma.Falando em alma, apaixonar-se também não deixa de ser um negócio disputado entre o céu e o inferno, pois nossa felicidade e sanidade dependem essencialmente de uma outra pessoa. Pensem: se ela nos dá atenção, nem que seja um toque para o celular no meio da noite, subimos ao paraíso e curtimos uma festa VIP com os anjos. Caso contrário, se somos ignorados ou esquecidos, dançamos forró nas brasas infernais, tendo o Diabo como DJ. Desespero, agonia, vontade de morrer... ah sim, tudo isso faz parte do contrato da paixão, mas está escrito em letras minúsculas abaixo das linhas pontilhadas, normalmente ignoradas por quem as assina.

Enfim, não tem jeito mesmo. Ainda que existam loucos suficientes para nadarem com tubarões ou para apanharem em casas de sadomasoquismo, eles nunca superarão aqueles que decidem se apaixonar e se entregar às imprevisibilidades de seus cérebros e corações. Muitos podem dizer que "nunca mais irão se apaixonar de novo", mas a verdade é que todos vivem à procura, dia após dia, por todas aquelas sensações arrebatadoras que nos transformam em seres ridículos, retardados e malucos. Então, se alguém hoje me diz "quero me apaixonar", antes de responder "eu também", penso que talvez um "boa sorte" seja mais adequado...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Teu mal é RECALQUE!"

Em todo fim de relacionamento que se preze, sair ressentido não é uma opção, mas sim um acessório do pacote. É aquilo: toda a relação acumula roupa suja o suficiente para transformar o pós-término numa verdadeira lavanderia. Sendo assim, sentir-se ofendido ou indignado com algo que a relação a dois oferece, é mais trivial do que pipoca no cinema. Claro, tem horas em que o relacionamento anda mais por baixo do que tetas de cadela prenha, e qualquer "corno" ou "vadia" viram elogios edificantes.

Porém, mesmo que a situação nunca tenha chegado às vias das farpas verbais e das passagens de ida sem volta aos nossos orifícios retais, com o fim, ainda existirá um sentimento estranho, incomodo como uma unha encravada e azedo como leite talhado. Nessa hora, todo o cuidado é pouco. Podemos fingir que não estamos sentindo nada, deixar essa sensação ir adormecendo e ficarmos mesmo no nível "putodacara" da vida. Ou então, podemos dar vazão a esse sentimento agonizante, e deixar que o lado negro e obscuro que existe em nós tome conta. Estamos falando de liberarmos um veneno dentro de nossas próprias veias, e de abrirmos alas para o carro-chefe de toda negatividade:
o recalque.

Em outra crônica falei de como podemos
encarar o fim, e ao tratarmos de recalque a questão recai, porém, sobre a forma de como processamos o final de um relacionamento. Para um recalcado, a relação nunca chega ao ponto final, pois ele fica ainda contando as exclamações, interrogações e reticências. Particularmente, não conheço ofensa maior do que chamar uma pessoa de recalcada. Outros insultos viram primários e até infantis, diante do peso moral de sentir a frustração, o ódio e a inveja alheia como um escudo para nossa incapacidade de progresso. Acusar alguém de recalcado é algo realmente perverso. Não é um insulto qualquer, como "broxa", "otário" ou "emo". Dizer: "teu mal é RECALQUE!", é quase uma maldição, é como esfregar fezes quentes de cachorro na cara de alguém. Não é só expor um defeito do outro, é praticamente um convite ao esgoto emocional dessa criatura.

Titio
Sigmund Freud explica que o recalque é um problema decorrente da falta de aceitação da pessoa sobre um fato, no caso, um fim. É um trauma que a pessoa guarda no seu inconsciente, que serve como uma autopunição na repressão de seus desejos. Ok, mesmo que vocês não tenham entendido bulhufas desse blá-blá-blá psicanalítico, fica a dica que ao se tratar do recalque de alguém, a coisa é mais feia do que um transplante de rosto. Aliás, convencer um recalcado de que ele está errado sobre algo, é o mesmo que um trabalho de parto dentro de um fusca no escuro.

Um recalcado é acima de tudo, um ser patologicamente teimoso e insistente, alguém que fica batendo na mesma tecla e se nega a seguir em frente. É como se a vida da pessoa virasse uma prisão de ventre, na qual nenhum Lactopurga ou Activia pudesse dar jeito. Claro, não é novidade nenhuma que o fim de um relacionamento é dose, e realmente pode nos deixar sem rumo e tal, mas tudo é a questão do nosso foco sobre o problema. Nesse processo de elaboração do "acabou, não dá mais", ficar "putodacara" é compreensível, e até mesmo aceitável em certo casos. No entanto, recalcar-se, é o mesmo que colar um rótulo de "decadência" na testa. É praticamente assinar um atestado de óbito para nossa dignidade.

O irônico é que um recalcado nunca assume seu recalque! Tio Freud explica que isso é uma defesa do nosso subconsciente, mas não é preciso entrar nas viagens do fundador da psicanálise para se entender a mentalidade de um recalcado. Tudo gira sempre em torno do amor ressentido. Distinguir uma pessoa "putadacara" de uma recalcada é algo relativamente simples. Por mais que o assunto seja o mesmo, são notáveis suas diferenças no modo como expõem seus cotovelos doloridos. Vejam os exemplos: (nota do Sr. Apêndice: as situações e a linguagem podem variar de acordo com os sexos, mas tentei fazer os diálogos bem generalizados)


"Putadacara":
Quando namorávamos, eu fiz o que pude para manter a relação. Não deu certo, foda-se! Mais uma cerveja, por favor...
Recalcada:
Eu fiz de tudo para salvar a relação, e ele(a) não se importou! Por quê? Como assim só penso em mim!!!??? Vai se fuder! E me dá o telefone que eu vou ligar e discutir isso agora...

"Putadacara":
Ahh... ele(a) já tá caindo na night, e já tá armando esquemão... Tudo bem, foda-se, hoje eu pego qualquer um(a) só pra dar nos dedos dele(a) e não ficar pra trás!
Recalcada: COMO ASSIM, ELE(A) VAI FICAR COM OUTRO(A)??? QUEM É ESSE(A) FDP???!!! DEVE SER UM(A) BAITA ESCROTO(A) IGUAL A ELE(A)!!! EU DE CARA? POR MIM QUE SE EXPLODAM, EU NÃO TÔ NEM AÍ... (procurando a navalha e o celular para mandar uma mensagem...)

"Putadacara":
E aí, vamos sair hoje? Sei lá pra onde, o importante é sair e tomar um trago...
Recalcada:
Vi no Twitter e no Orkut do Fulano(a) que eles vão sair e vão aprontar algo! Nós vamos atrás dele(a), e vamos ficar de olho! FDP!!! Ainda posta no Twitter o que vai fazer! Bem tipo daquele(a) ordinário(a)!


"Putadacara": Sim, vi com quem ele(a) anda ficando. O que eu posso dizer? Se ele(a) quer baixar o nível, o problema é dele(a). Claro que tô de cara, mas na boa, foda-se, sou mais eu. E vamos beber...
Recalcada:
TU VIU COM QUEM ELE(A) ANDA FICANDO???!!! UM(A) BAITA PUTO(A), CHINELO(A), VAGABUNDO(A) DIZEM QUE ATÉ AIDS TEM... BAGACEIRO(A), CRETINO(A) É BEM A CARA DELE(A) PEGAR ESSE TIPO DE GENTE!!! EU QUERO MAIS É QUE ELES CASEM, SE CONTAMINEM E MORRAM!!! MORRAM PORQUE EU NÃO TO NEM AÍ!!! NEM AÍ, SEUS MERDAS!!! FODAM-SE OS DOIS, EU TÔ BEM MELHOR!!! HAHAHAHAHA... (riso forçado seguido de choro e/ou ataque de raiva)

"Putadacara": Sexo tá me fazendo uma falta danada...
Recalcada: Na cama a criatura era um desastre. Totalmente broxante. Era um(a) pateta, sem pegada nenhuma, mal sabia fazer um papai-mamãe! Bem, pelo menos trepei o suficiente com ele(a) a ponto de não ter mais nada o que fazer. Quem vier agora vai ter que se contentar com os restos que EU deixei...

Notem que estar "putodacara" não deixa de ser uma forma "suave" de recalque. Só que o "putodacara" não fica resmungando
incessantemente sobre uma relação terminada. No caso dele, a indignação é mais forte que a frustração, então tudo é uma questão de "tocar o foda-se". No caso do recalque, a ficha pode demorar a cair. Ver o outro numa melhor, e depender disso para torturar-se é deprimente. Ah sim, esqueci de dizer, mas o recalque tem funções masoquistas. Além disso, internamente, as roupas sujas da mágoa, do ódio e da inveja podem demorar tempos para serem bem enxaguadas na lavanderia da aceitação.

E não pense que você aí, não tem uma gota de recalque dentro de si. Isso mesmo, o recalque é algo que existe em todos nós, já dizia nosso, agora mais íntimo, titio Freud. E não adianta fugir disso. Ah, você aceita tudo numa boa, não sente nada quando enfrenta o fim? Aham, você só pode ser um monge budista ou um robô. Ou um banana. Ademais, ao se tratar de um recalcado espere pelos maiores absurdos.

Pois como se não bastasse, o recalcado, além de lidar com sua dor da forma mais negativa possível, ainda arranja tempo para criar situações dignas de um circo mambembe. Já vi pessoas que em nome de seu ressentimento, fizeram coisas tão enfadonhas que deixariam os abobados do Zorra Total com vergonha. Trotes para o(a) ex no meio da madrugada, ameaças de morte, porres homéricos com direito a fiascos em lugares públicos, confissões sexuais em comunidades no Orkut, fotos do tipo "caiu na net" espalhadas por sites pornográficos, etc. Mas o "melhor", são os casos de recalcados que roubam roupas íntimas do(a) ex e levam para um terreiro, a fim de fazerem macumba, pedindo para que "Exu Não-Sei-Das-Quantas" traga a pessoa de volta (ou a destrua de vez!). O detalhe que eu não sei, é se essa cueca ou calcinha, tem que estar limpa ou suja... Bem, depende da tara do Pai de Santo. Há também um bando de malucos, que pegam fios de cabelo do(a) ex para fazerem bonequinhos de vudu. Sim, eu disse isso mesmo: bonequinhos de vudu! (Esse assunto ainda irá me render uma outra crônica no futuro...)

No mais, não tem jeito mesmo. Melhor ficarmos "putosdacara" com a condição humana, e fingirmos que conhecemos bem nosso inconsciente a ponto de nunca nos surpreendermos com ele. Pois se no amor tudo é possível, imaginem o amor recalcado? Deus nos dê forças! E apesar de vermos o seres humanos agindo feito loucos, de maneiras
que nem mesmo titio Freud explica, o verdadeiro mal dessa história toda, na realidade, não é o recalque. É o amor.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Te quero, mas não te quero..."

Tem contradições que só o amor é capaz de nos fazer viver. A incoerência do que sentimos e o desacordo do que dizemos, só são possíveis mesmo através dessa coisa insana. Afinal, que graça teria amar se não fosse pelas confusões e diversidades que esse sentimento nos faz sofrer? (Finjam que acreditam nisso, e tomar doses de calmante para dormir vai fazer muito mais sentido...)

Assim, nessa loucura, dizer "eu te amo" uma hora, e "eu não te suporto mais" em outra, é tão banal quanto um sanduíche de presunto e queijo. Querer estar perto e longe não se trata mais de uma questão relativa ao tempo e espaço, ideia que faria até o próprio Einstein jogar fora sua teoria e cortar os pulsos com uma faca de serrinha. Por isso, antes que vocês façam o mesmo porque o relacionamento chegou ao impasse do "quero, mas não quero", o titio Apêndice aqui vai tentar confundi-los ainda mais. (Se não der certo, lembre-se que a cachaça está aí para isso mesmo!)


A primeira coisa a se pensar, é que as pessoas são complicadas, complexas e cheias de manias. Logo, seus relacionamentos inclinam-se a seguir essas tendências. Uma pessoa confusa (daquelas que quando vai fazer vestibular, fica em dúvida entre Engenharia Agrícola, Enfermagem ou Filosofia...) possivelmente terá o mesmo comportamento quando inventar de se enfiar em uma relação. "Mas o comprometimento pode mudar uma pessoa, a deixar menos confusa", um de vocês certamente irá me alegar. Aham, e isso é tão certo quanto o Paraguai ganhar a Copa do Mundo. A dúvida é uma lêndia na cabeça das pessoas, alojada ali desde o dia em que se começa um relacionamento. O tempo dessa lêndia eclodir, virar piolho e começar a coçar pode variar, mas no entanto, para todos os efeitos, ela sempre estará lá. E não tem Escabin que a remova, nem mesmo se você for careca.


Outro ponto a ser considerado, e aí, eu jogo mesmo a batata quente sobre vossas mãos queimadas, vem por meio daquela pergunta clássica que nossos pais fazem constantemente: "o que você quer da vida?". Sim, isso mesmo! Um relacionamento tem tudo a ver com um objetivo de um padrão/modelo de vida que você deseja. Ok, sei que as palavras "modelo de vida" e "relacionamento" podem assustar mais do que um zumbi da Dercy Gonçalves e o ET de Varginha fazendo sexo em 2012, mas pensar sobre isso pode ser uma luz. Você quer farra? Beber até morrer e cair na pegação? Quer ficar só na tua, sem alguém te cobrando? Então para que você precisa de um comprometimento com alguém?

Ah, mas você gosta da pessoa... Já estão há um tempo considerável juntos, desenvolveram um sentimento e até caíram na asneira de dizer "te amo para sempre e nunca vamos nos separar." Por isso, ao olhar para a criatura do seu lado, não dá para imaginar por qual ralo escorreu todo aquele mundo de sentimentos intensos e aquela vontade, quase que vital, de estar ao seu lado. Antes, se a pessoa não ligasse, você quase morria de agonia. Hoje, você não faz mais nem questão de atender o celular, mesmo que ele(a) te ligue umas 10 vezes por hora.
Eu sempre me pergunto como alguém pode ainda querer continuar um relacionamento, mesmo com dúvidas e indiferenças? Bem, eu também vivo me questionando como tem pessoas que colocam piercings nas genitálias, gastam $550,00 dólares para comerem lesma no Ritz e votam no Sarney. E por mais que eu não compreenda essas e outras coisas, sei que o principal motivo de várias relações perdurarem e se arrastarem feito chinelos em um asilo, deve-se ao tal apego, oriundo da nossa mais íntima e profunda carência humana. Ora, se é tão difícil jogarmos fora certas coisas que nos trazem boas lembranças, seja lá um urso de pelúcia, um bilhete ou até mesmo um papel de bala, o que se dirá de um relacionamento!

A própria confusão, do querer e não querer tal pessoa, é no fundo uma dificuldade visceral que temos de nos desprender daquilo que tanto nos fez bem, como uma roupa favorita que não nos serve mais. Por isso ficamos tão agoniados, reclamamos tanto da situação a qual estamos submetidos. Queremos ficar livres, desimpedidos, mas nos negamos a pagar o preço por isso. E daí, de nada nos serve as indagações internas, os cálculos avaliando se vale mesmo a pena largar um relacionamento com tanta coisa vivida. Porém, o negócio, doa a quem doer, na maioria das vezes é tudo uma questão de egoísmo, pois ficamos tão focados nas nossas necessidades que quase esquecemos da outra pessoa. Ah, sim... a outra pessoa! Pois é, você está pronto para deixar ela também cair na gandaia e seguir sua nova vida, hein? Preparado para a ver beijando outra boca? Ver que você ali não tem mais mando de campo? É, eu sei, pimenta nos olhos dos outros é colírio...


Por isso, sejam objetivos e reflitam bastante quando chegarem nesse momento crucial de seus relacionamentos. Perguntem-se várias vezes: "consigo me imaginar daqui a uma semana, um mês, um ano ou um século ao lado dessa pessoa?" ou, "por que eu quero tanto essa criatura na minha vida, se eu não a aguento mais?". Não tem outro jeito, mas despedir-se de um relacionamento, é no fundo, dar um adeus para um pedaço de nós. A vida tem que seguir em frente, não adianta fazer birra, chorar e espernear. Felicidade não combina com "quero, mas não te quero", assim como o amor não tem boas relações com a dúvida.


Fica então a sabedoria daquele velho ditado, uma pérola da filosofia popular: "na vida, tem horas que ou se caga, ou se desocupa a moita". Pois, por mais que pareça o contrário, não podemos guardar as pessoas em uma gaveta e as deixar jogadas por lá, enquanto o mundo congela para pensarmos no que fazer. E cair na farra, óbvio...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Putz, fudeu!"

Não adianta, mas no mundo dos relacionamentos, existirá uma maldita hora em que eles serão acometidos por um momento tão útil e necessário quanto uma diarreia infernal no meio da rua. E justamente como essa situação, ainda poderá acontecer o caso da sua relação entrar desesperada num banheiro imundo da vida e não ter um infame pedaço de papel higiênico. Nessas horas inglórias, o destino te sorri com dentes amarelados, olha na tua cara e diz: "só lamento por ti".

Quem passou por isso em uma relação, sabe do que estou falando. Há momentos em nossas vidas amorosas em que nos sentimos tão impotentes e miseráveis com uma determinada situação, que tudo pode ser resumido numa única expressão: "putz, fudeu!".


Quando um relacionamento confrontra um momento "putz, fudeu!", é aí que percebemos as rachaduras no pedestal sobre o qual colocamos aquela pessoa, que até então resumia o que admirávamos e desejávamos em outro alguém. É o ponto divisor de águas em um relacionamento, o momento em que percebemos que a partir dali nada será como antes. Em casos mais premonitórios, dignos de cigana de parque de diversões, é quando visualizamos o começo do fim. É triste, lamentável e profético. É até mesmo bizarro, mas o mundo está cheio de exemplos de relacionamentos que não deram certo por causas ridículas e improváveis. Casamentos de anos acabam por causa de uma margarina mal raspada ou de um tubo de pasta de dentes aberto em cima da pia. Namoros nem chegam a começar, porque a pessoa ri feito uma hiena histérica ou "pq iscrevi dessi jeitinhuuu p falar c miguxus nu msn!!!!!!".


Claro, há casos mais fatuais e drásticos, como aquele olhar abalado do seu(sua) namorado(a) quando viu a(o) ex passar na rua depois de tempos sem se verem. Ou então aquele papinho clássico de que ele(a) precisava de mais espaço na relação, porque desde que Vênus se alinhou com Júpiter e começou a atrapalhar a reprodução do salmão na Escandinávia, às coisas tem andando estranhas entre vocês. Em momentos como esses, tudo o que nos resta é respirar fundo e tomar em nosso orifício retal favorito. E acreditem, às coisas sempre tendem a piorar, a níveis apocalípticos se possível. Contarei a vocês um caso real, digno de um dos maiores "putz, fudeu!" que conheço.


Certa vez, uma amiga minha acabou seu namoro quando descobriu que o namorado fazendeiro mantinha relações sexuais com uma vaca. Não, não é força de expressã
o. Era uma vaca mesmo. Quadrúpede, malhada, com chifres, sineta no pescoço e possivelmente apelidada de "Mimosa". O momento "putz, fudeu!" dessa minha amiga aconteceu no dia em que foi visitar a fazenda do namorado. Até então, ela não tinha grandes reclamações dele, a salvo do excesso de grossura da criatura. Mas tudo bem, ela até curtia um cara mais rude. No dia do acontecido, ela estava dando uma volta e aproveitando o ar campestre, quando resolveu dar uma espiada nas vacas. Para sua surpresa, ao chegar no curral, acabou flagrando o namorado em cima de um banquinho, "montado" em uma vaca. Detalhe que o "cowboy" não entendeu o término da relação. Em sua concepção, tão esclarecida quanto a de um boi, ele não havia feito nada de errado. Sua namorada não tinha motivos para se sentir traída, pois a "Mimosa" não era exatamente uma pessoa, e portanto não se tratava de um caso de adultério. Além disso, "ela que deixasse de ser boba", pois ele era muito apegado àquela vaquinha desde pequeno...

Evidentemente, não é preciso descobrir tendências zoófilas no outro para que um relacionamento caia no brejo do "putz, fudeu!". Basta às vezes, coisas mais simples e sutis, como um olhar vazio, a pressa da outra pessoa em largar os braços num abraço, ou aquele beijo, que de uma hora para outra não se encaixa mais. São aqueles minutos intermináveis de tensão que fica implícito naquele "nada, tô bem" , seguido por um silêncio funebre, uma resposta óbvia após a pergunta: "tem algo de errado? Qual o motivo dessa cara fechada?"

Se o relacionamento sobrevive ou não após um momento "putz, fudeu!" isso é variável, mas as chances são sempre pequenas. E mesmo que ele siga em frente, será como se tivesse sofrido uma amputação e começasse a andar de muletas. Por várias vezes, ele serve como um banho de água fria na relação. Por outras, como um alerta divino mostrando quem é realmente a pessoa pela qual você andava suspirando à toa. Imaginem serem chamados por outro nome no meio da noite? Ou então saber que a pessoa conta seus detalhes sexuais para a própria mãe? Ou pior: imaginem a decepção de descobrir que a pessoa pela qual vocês andavam interessados é fã do Justin Bieber!

E já que aqui estamos num tom de desgraça, por mais persistente que eu seja nas batalhas sentimentais, tenho que ser analítico, fatalista e realista o suficiente para dar-lhes a "boa" notícia: no amor, um momento "putz, fudeu!" é tão inevitável e fatídico quanto pisar num bolo de cocô de cachorro nas calçadas da vida. Mas claro, esses momentos são logo esquecidos quando encontramos um novo relacionamento com a quilometragem zerada. 


Quer dizer, esquecidos até ali.

Essa minha amiga, a que foi traída por uma vaca, parou de beber leite e repudia até um bife no açougue! Entre um passeio numa fazenda e uma visita ao inferno, ela certamente fica com a segunda opção. Quando a digo para deixar esse trauma de lado, ela me fita furiosa e pergunta indignada como eu me sentiria se fosse traído por um hambúrguer. Tenho que concordar com ela. Tem casos que "putz, fudeu!" para sempre.