Ainda tão pilhado e científico quanto uma criança que ganhou seu Kit de Pequeno Químico de natal, o Dr. Apêndice retorna com mais de suas análises sobre os relacionamentos amorosos, recém descobertas no laboratório da vida. Como prometido, a crônica de hoje traz uma lista de tipos de casais, tão variados, coloridos e complicados quanto as siglas e orientações sexuais que surgem a cada dia.
Em termos de relacionamentos, nada é mais enfatizado e supervalorizado que um casal. Afinal, parece que a principal necessidade da maioria dos seres é dividir algo com um outro alguém, seja uma vida, uma história ou até mesmo uma trepada. Já dizia Aristóteles (Ari, para os íntimos), "o homem é um animal social", ou seja, o ser humano é naturalmente carente e precisa dos outros para alcançar sua plenitude existencial. Em outras palavras e cortando o blá-blá-blá filosófico, não nos bastamos sozinhos. Somos criaturas dependentes e precisamos dos outros para existirmos (não, não é piada!). Simples assim, como um tapa bem dado e estalado. (Se querem reclamar, procurem nosso brother Ari e encham os ouvidos dele. Quem inventou essa história de ser humano carente foi ele...)
Mas deixando a indigestão existencial de lado, vamos a observação prática desses seres, que apesar de serem dois, acabam por várias vezes se tornando um. Não importa se eles se amam ou se odeiam, se são fiéis ou libertinos, casais são assim: duas criaturas que decidiram (ou pelo menos foram impostas...) a acoplarem suas identidades e agruparem suas vidas, mesmo que seja apenas por algumas horas. Aliás, já notaram como os casais são tão significantes no cotidiano dos mortais? Desde "o Fulano e a Fulana ficaram ontem" até "o Ciclano e a Ciclana se separaram depois de anos", nenhum comentário é poupado quando o assunto são os casais. Talvez seja por isso que as revistas de fofoca de artistas rendem tanto dinheiro (ao invés de virarem papel higiênico como deveria ser).
Bem, independente do Brad Pitt estar ou não com a Angelina Jolie, a verdade é que temos uma fixação em tudo que um casal representa socialmente, o que é pertinente aos nossos desejos e aspirações particulares (sexo, casamento, filhos, sustentabilidade, amor, contas divididas, caronas depois da festa...). Casais são a base dos relacionamentos, da nossa procura insensata pela outra metade da laranja antes de nos tornarmos o bagaço cuspido. Afinall, nenhuma relação amorosa no mundo existiria se o Adão não tivesse dado uns pegas na Eva, lá nos primórdios dos tempos (ok, teve o rolo com a Serpente, mas isso é outro papo...).
Então, preparem-se para entrar no mundo dos casais e sejam testemunhas das misturas mais estranhas que a química humana é capaz de produzir. Casais: reconheçam-se ou reneguem-se. Solteiros: vejam o que vocês (ou não!) estão perdendo (ou se livrando!). E se nada disso servir, pelo menos vai valer para tirar sarro daquele casalzinho grudento e irritante que vocês são obrigados a presenciar todos os dias nas ruas...
OS TIPOS DE CASAIS
1. Casal siamês (ou "casal grude", ou ainda "casal bolha"): esse tipo de casal é facilmente reconhecível, pois eles nunca são vistos separados. Estão sempre grudados um no outro, e fazem praticamente tudo juntos. E bota "juntos" nisso! Frequentam os mesmos lugares juntos. Fazem os mesmos programas juntos. Almoçam e jantam juntos. Estudam juntos. Trabalham juntos. Ficam no intervalo juntos. Se bobear, vão até ao banheiro juntos! Eles vivem tão grudados que desconfia-se que os dois dividem um mesmo órgão vital, como é o caso dos gêmeos siameses. A individualidade deles é tão nula que é praticamente impossível vê-los fazendo algo separados. Nos raros momentos em que isso acontece, passam o tempo todo ligando um para o outro ou conferindo o celular de segundo em segundo, para ver se não chegou uma mensagem nova. Até o perfil nas redes sociais deles é duplo, do tipo "Fulano & Ciclana"! E se por acaso não é assim, a página de cada um deles é dominada por depoimentos, recados e fotos melosas um do outro. Não há espaço para o mundo exterior na vida desse casal, pois eles vivem isolados numa "bolha". Se acontecer o raro acaso deles saírem acompanhados dos poucos amigos que ainda o suportam, parecem continuar fingindo que o resto da humanidade não existe, pois ficam de segredinhos, beijinhos e agarramentos o tempo inteiro, sem darem atenção para o resto da galera. Ah, e eles ainda vão embora mais cedo, alegando que estão muito cansados... Para esse tipo de casal, internamente, o mundo se resume nos dois, pois um não existe sem o outro e eles se bastam. Para o resto dos mortais na Terra, eles são uns chatos insuportáveis.
2. Casal "doce mais doce" (ou "casal açucarado"): é um casal variante do "casal grude", mas o grande diferencial desse tipo é que eles são melosos demais. Mais enjoativos que algodão-doce com merengue e leite condensado. Tudo é motivo para um elogio açucarado e exagerado, para um apelidinho gosmento e para aquelas "vozinhas" insuportáveis de bebê. É repugnante você ver um casal de adultos agindo como retardados e se tratando como bebês, tendo diálogos deploráveis do tipo: "Bebezinho tá bem? Oh, quê coínho? Mimimi...", "Neném ama mamãe! É? Mamãe também ama o neném dela! Tchuctchuctchuc...". A verdade é que esse tipo de casal confunde carinho e demonstração de afeto com falta de senso do rídiculo e regressão mental. Suportá-los sem vomitar é um verdadeiro desafio.
3. Casal vitrine: para esse tipo de casal, o que os outros estão vendo ou pensando é mais importante que a própria relação entre os dois. Um casal vitrine gosta de transformar seu relacionamento em uma espécie de reality show, pois parece que fazem questão de que todos saibam de suas vidas, de como estão apaixonados, vivos, lindos e toda aquela baboseira de casal forçado. Quando começam a namorar, em poucos dias, já trocam declarações de amor eterno pelo Facebook. Pela frase de seus MSNs, podemos acompanhar o status da relação ("Fulano e Fulana - 1 mês de namoro", "Ciclano, vc é o amor da minha vida - obrigada pelos 5 meses perfeitos"), além de seus Twitters serem sempre uma pagação de pau absurda ("amei as flores @amordaminhavida", "sair para jantar com minha @namoradaperfeita #muitoapaixonado"). Ao contrário do "casal bolha", eles fazem questão de estarem sempre na presença dos amigos, que ao vivo e a cores não conseguem notar todo aquele "amor eterno" que eles vivem a jurar. Mesmo assim, o casal vitrine vive a comentar para os outros que estão muito felizes, e adoram trocar presentes caros ou exagerados em lugares públicos. Costumam mobilizar a todos quando o assunto é fazer uma surpresa para o seu (sua) "amado(a)". Apesar de se preocuparem demasiadamente com suas imagens públicas, o casal vitrine não abre mão de uma briga de vez em quando, para que assim consiga fazer de suas vidas uma verdadeira novela. Aliás, esse tipo de casal nunca dura muito, porque sempre falta a eles a base sincera dos relacionamentos, algo que não dá para forçar publicamente, muito menos twittar.
4. Casal que não é casal: eis um tipo difícil de entender. Inesperadamente, duas pessoas que não tem nada em comum, muito menos afeição mútua, resolvem começar um relacionamento. E aí, ao invés deles realmente se assumirem como um casal, eles vivem como se tivessem quase nada um com o outro, pois costumam andar separados e continuam a fazer programas isolados. Você nunca os vê juntos, mesmo se estão no mesmo lugar! Quando chegam em uma festa juntos por exemplo, eles logo se separam e vão ficar com seus amigos a fim de se divertirem apartados. No entanto, quando perguntados sobre o andamento da relação, eles costumam dizer "que está tudo bem" ou "que às coisas não estão nem boas nem ruins, apenas médias". Se a questão é o fim daquela relação mais fria do que morna, o casal que não é casal sempre se perde em explicar os motivos e as razões do porquê que eles persistem em continuar "juntos". Na realidade, nem eles sabem os verdadeiros motivos pelos quais são efetivamente um casal. Nem eles próprios estão convencidos disso! Quem os vê de fora, até fazem apostas de quanto tempo dura aquela "pseudo-relação". Porém, ironicamente, um "casal que não é casal" costuma ir muito mais longe do que qualquer um poderia supor...
4. Casal que não é casal: eis um tipo difícil de entender. Inesperadamente, duas pessoas que não tem nada em comum, muito menos afeição mútua, resolvem começar um relacionamento. E aí, ao invés deles realmente se assumirem como um casal, eles vivem como se tivessem quase nada um com o outro, pois costumam andar separados e continuam a fazer programas isolados. Você nunca os vê juntos, mesmo se estão no mesmo lugar! Quando chegam em uma festa juntos por exemplo, eles logo se separam e vão ficar com seus amigos a fim de se divertirem apartados. No entanto, quando perguntados sobre o andamento da relação, eles costumam dizer "que está tudo bem" ou "que às coisas não estão nem boas nem ruins, apenas médias". Se a questão é o fim daquela relação mais fria do que morna, o casal que não é casal sempre se perde em explicar os motivos e as razões do porquê que eles persistem em continuar "juntos". Na realidade, nem eles sabem os verdadeiros motivos pelos quais são efetivamente um casal. Nem eles próprios estão convencidos disso! Quem os vê de fora, até fazem apostas de quanto tempo dura aquela "pseudo-relação". Porém, ironicamente, um "casal que não é casal" costuma ir muito mais longe do que qualquer um poderia supor...
5. Casal "quebra-pau" (ou "casal barraco"): "vivem brigando", e só isso poderia os resumir. E quando falamos em "briga", não se trata de qualquer "briguinha de casal", não... Esse tipo de casal gosta mesmo é de um "quebra-pau" violento, daqueles "arranca-rabo" de fazer o programa da Márcia Goldsmith passar vergonha. "Armar o barraco", não importando o quão besta seja o motivo, é com eles mesmo. Normalmente, alguém no casal é excessivamente ciumento, "pavio-curto" ou exagerado (ou tudo isso junto!), e geralmente quando os ânimos se alteram, a coisa sempre engrossa. Além disso, esse tipo de casal, a exemplo do "casal vitrine", adora um público, por isso quanto maior a platéia, maior a intensidade do escândalo. E não adianta tentar apartá-los ou acalmá-los, pois palavrões, xingamentos e tapas eles tem de sobra e para todos. Aqueles que eventualmente presenciam um quebra-pau do casal, já devem ficar de prontidão para chamarem a polícia, a ambulância ou os bombeiros. No entanto, o mais impressionante do casal quebra-pau, é que a despeito deles quase se matarem a toda hora, a relação vai sempre muito bem e costuma durar bastante tempo. É inexplicável, mas é bem comum vê-los se engalfinhando em um dia, e felizes e aos beijos em outro. Quem conhece um casal quebra-pau vai ter sempre a mesma opinião formada: "trata-se de uns 'sem-vergonha' mesmo."
6. Casal "vai e volta": esse tipo de casal vive desmanchando e reatando, sendo que nunca sabemos de verdade se estão juntos ou não. Chegam a dar nos nervos, pois de uma hora para outra estão por aí anunciando que estão solteiros (confira os "solteiros por um dia" na Crônica do Sr. Apêndice anterior), e quando menos se espera (às vezes em menos de 24 horas), já estão juntos de novo. É notável como conseguem terminar seus relacionamentos com a mesma facilidade que os recomeçam. Além disso, mesmo que estejam "solteiros", continuam a agir da mesma maneira do relacionamento, pois vivem preocupados com cada passo do seu "ex". Não é à toa que nunca cortam de verdade seus laços, dando inúmeras chances para seu relacionamento finalmente vingar. Na realidade, esse tipo de casal vive no medo e na indecisão de enfrentarem a solteirice ou um relacionamento de verdade, por isso "não vão nem para frente nem para trás". Entretanto, enquanto não tomam uma decisão de verdade, eles continuam a torrar a paciência de todos a sua volta, fazendo de seu relacionamento um tipo de ioiô, já que eles gostam de brincar de ir e voltar a todo instante...
7. Casal "porra-louca": esse é um tipo de casal literalmente pirado. Sozinhos eles já são loucos o suficientes, juntos então... é melhor se afastar, porque trata-se de nitroglicerina pura! Para eles a vida é uma aventura, e ambos costumam viver experiências totalmente desconvencionais para os outros tipos de casais. Nunca duvide deles. Um dia eles podem estar pulando de um bungee jump juntos, em outro eles podem estar em uma casa de swing, em meio a um bacanal sadomasoquista. Esse tipo de casal realmente gosta de testar os limites de uma relação, por isso com eles não existe meio termo nem rótulos ou convenções. Afloram bem suas emoções, vivem sempre nos extremos. Dizem "te amo" tão comumente como dizem "te odeio", e quando resolvem brigar, chegam a ser páreos para o "casal barraco". Choram, riem e se amam com a mesma voracidade de animais. Normalmente o sentimento que os une é forte e verdadeiro, podendo até ser confundido com uma grande amizade, mas a realidade é que um casal "porra-louca" não consegue ir muito longe na relação. Afinal, chega uma hora em que os relacionamentos necessitam de um pouco de "normalidade" para fundarem suas bases, algo que esse tipo de casal prefere continuar a desconhecer.
8. Casal "muleta": temos aqui um tipo de casal que se estabelece mais pela necessidade do que pela troca de sentimentos. Um exemplo de casal "muleta" poderia ser o caso de dois solteiros encalhados, que cansados da solidão resolvem ficar juntos. Dessa maneira, eles se apoiam um no outro, como verdadeiros encostos. Mas não é de necessidades iguais que um casal "muleta" se mantém. Geralmente alguém com alguma certa desvantagem (seja ela emocional, afetiva, fincanceira, social, etc.) procura um oposto, para enfim suprir essas necessidades. Isso não deixa de ser um tipo de interesse, mas normalmente o caso é mais velado. Não se trata de uma pessoa que está com a outra apenas por dinheiro, por exemplo. Ser "o dependente" na relação é o fator mais explícito. No caso desse tipo de casal, um dos lados nunca está bem emocionalmente consigo mesmo, por isso procuram alguém para serem seu(sua) psicológo(a)/financiador(a)/pai/mãe de plantão, ao invés de efetivamente alguém para compartilhar seus sentimentos. Como nesse tipo de casal a dependência de um dos lados é sempre gritante, quando o relacionamento vem a acabar, o lado "apoiado" sempre cai e demora para se levantar. Fatalmente, o destino desses casais é sempre o fim, pois não se esqueçam que as muletas só podem ser sustentadas pelo o apoio de dois braços fortes.
9. Casal "arrasto": poderia ser um tipo de "casal muleta", mas o esquema aqui é que um lado é o destaque e o outro o apagado. Ninguém consegue entender como aquela pessoa inteligente/bela/engraçada/bem humorada/boa de cama/etc namora aquela coisa sem graça e sem atrativo algum. Eles geralmente são vistos juntos, mas sempre são focados em planos diferentes. Enquanto um sempre será o protagonista da cena, a outra pessoa não servirá nem para a figuração. Assim, esse casal leva seu relacionamento com um lado sempre arrastando o outro. Como eles estão juntos é mais um mistério da humanidade, e se eles vão durar deve ser mais um Segredo de Fátima. Às vezes o relacionamento termina porque quem "arrasta" não consegue ceder as tentações de coisas melhores em seu caminho, ou então, porque quem é "arrastado" não suporta as diferenças óbvias. Porém para nossa surpresa, às vezes a situação de superioridade/inferioridade é tão bem resolvida entre o casal, que eles seguem nesse trote por um bom e longo período.
10. Casal "marido e mulher": não, isso não é uma redundância, apesar de parecer. Esse tipo de casal é aquele que não precisa do casamento para viverem uma relação funcional e de submissão. Ela pode simplesmente gostar da posição de submissão histórica da mulher sob o homem, e ele achar isso o máximo. O machismo impera nessa relação (não se esqueçam que também existem mulheres machistas!). Mesmo que sejam namorados de dias, ela já assume posturas como cozinhar para ele, além de influenciar no seu modo de se vestir e de se comportar. Propositalmente, é claro. Ele por sua vez, achará o máximo que sua namorada não sai de casa sem sua permissão, e que está sempre a sua disposição, até para lavar suas cuecas! Ambos vivem o relacionamento por pleno comodismo, e normalmente suas rotinas são bem monótonas. Tornam-se um casal sem assunto, amigos, perspectivas e às vezes até sem sexo, já que a o dia-a-dia da relação já se moldou a inércia deles, tal como suas bundas no sofá da sala. E ela seguirá bordando ao seu lado, enquanto ele assiste futebol na TV aos domingos. Se tudo der certo, um dia com 80 anos, olharão para a cara um do outro e verão que nunca quiseram outra vida além da que tiveram. E se perguntarem se foram feliz, talvez dirão que a felicidade não existe, mas pelo menos "criaram bem os filhos e viram os netos crescer". (Me borrei de medo agora! Nenhum filme de terror poderia ser mais tétrico do que uma vida assim! Vamos logo para o próximo perfil...)
11. Casal funerária: falando de coisas tétricas, esse tipo de casal é um bom exemplo. Um "casal funerária" é aquele tipo em que as pessoas estão sempre com cara de velório, cabisbaixos como se tivessem saído de um enterro. Ninguém consegue entender o porquê que eles estão sempre com aquelas cara de orifício retal, mas ao que parece, é sempre e unicamente quando estão juntos e na frente dos outros. Normalmente, quando estão separados, para a surpresa da maioria, eles riem e se divertem como pessoas normais, mas basta se encontrarem para fecharem as caras como defuntos. Os amigos já não sabem se vale ou não a pena convidar o casal para um programa, pois sabe-se lá qual o problema daqueles dois! Além disso, entre eles, nunca há conversas, cumplicidades, beijos ou abraços. Nem ao menos brigas! No máximo uma aterrorizante troca de palavras do tipo "conversamos depois". Estão sempre de mal um com o outro, e nunca conversam com ninguém sobre a relação. Assim, ninguém entende como podem durar tanto tempo juntos, mas que há algo de sobrenatural naqueles dois, isso certamente há...
12. Casal detetive: quando os costumeiros ciúmes de cada relacionamento viram desconfianças, paranóias e obsessão, a ponto de um dos membros do casal perseguir o outro pelas ruas sob disfarces, checar suas chamadas telefônicas de minuto em minuto e ter o hábito de revistar bolsos e bolsas a procura de provas incriminadores, estamos diante de um casal detetive. Um casal detetive não é feito de ciumentos escandalosos, como vimos no "casal barraco". Aqui a desconfiança impera excessivamente na relação, a ponto que nesse casal, um membro está sempre na cola do outro, mesmo que sutilmente. Quando esses colocam alguma coisa na cabeça, principalmente que estão sendo traídos, ninguém irá conseguir os acalmar enquanto a verdade não vier à tona. E não adianta os amigos argumentarem que tudo é paranóia da cabeça deles! Não! No casal detetive, um membro está sempre investigando o outro, checando suas contas de e-mail, Facebook, Orkut e outras redes sociais (pelas senhas que eles conseguiram clandestinamente), marcando cada passo que o outro dá. Criam fakes em MSN e adicionam o namorado(a) só para tentá-los e "desmascará-los". Evidentemente, uma relação baseada em desconfiança não vai muito longe, mas tratando-se de um casal detetive, nunca duvide de seus feitos. Afinal, todos são suspeitos, principalmente a pessoa com quem você se relaciona.
13. Casal modelo (ou "casal perfeitinho", ou ainda "casal 20"): aquele típico casal de filme de Sessão da Tarde; belos, perfeitos, admirados e invejados por todos. E como se imagina, eles são irritantemente insuportáveis de tão "perfeitinhos"! Ele e ela são respectivamente sonhos de consumo de muita gente, mas por graça do destino, se encontraram e se apaixonaram. Viraram o "casal 20", já que individualmente cada um é nota 10. Como um "casal vitrine", eles são o auge das atenções e comentários, mas fazem isso naturalmente, sem forçar barra nenhuma. Até porque eles são perfeitamente discretos. Muitos suspiram, desejando um dia poder ter uma relação tão perfeita como a deles. Outros os odeiam, porque aquilo ali já começa a ser uma distorção de realidade. Mas normalmente eles ficam juntos, se casam, enriquecem e vivem felizes para sempre. Evidentemente, você não consegue imaginar uma vida tão perfeita, por isso torce para que ela seja frígida e ele brocha. E que ambos tenham taras secretas, como defecar um em cima do outro... (Hahahaha...)
14. Casal fantasma: seu amigo te jura que tem namorada, sua amiga diz que encontrou o homem da vida dela, mas na hora de conhecer a (o) dita(o) cuja(o), cadê a criatura? Os amigos nunca viram ele(a) acompanhado(a) com a pessoa, mas se conferirmos seu Facebook, veremos que há o status de um "relacionamento sério" marcado. Quando você pergunta: "tá, mas cadê teu(tua) namorado(a)?" a resposta sempre varia entre "ele(a) mora em outra cidade" ou "ele(a) é muito ocupado(a) e não tem muito tempo". Às vezes você até desconfia da credibilidade do(a) seu(sua) amigo(a), mas ninguém poderia sustentar uma mentira daquelas por tanto tempo e com tanta fidelidade em suas palavras. No final você chega a conclusão que se trata de um casal fantasma, pois um ali está sempre em espírito na vida da pessoa. O irônico é que esses casais duram mais enquanto afastados da presença física um do outro, do que propriamente na convivência do dia-a-dia. Isso sim é algo fantasmagórico...
15. Amizade colorida: bem, não é propriamente um tipo formal de casal, mas se pararmos para pensar, esse tipo de relacionamento é às vezes mais consistente do que centenas de casais que andam por aí. Dois amigos podem perfeitamente ter uma relação paralela, sem cobranças, com cumplicidade, troca de sentimentos, sexo e todos aqueles acessórios básicos de casais, e ainda cultivarem uma amizade verdadeira. Ao extrairmos ciúmes, cobranças, rotina e obrigações comuns dos casais, essa espécie de relacionamento pode ser realmente benéfica para as partes envolvidas. O problema é justamente quando as coisas começam a passar dos limites da amizade, pois é muito difícil manter esse tipo de relação sem um envolvimento a mais. Ciúmes e cobranças podem demorar para pintar nessa relação, mas uma hora ou outra elas vão aparecer e manchar o que era colorido antes. Por isso vale o conselho: se você não quer um incêndio, não comece riscando o primeiro fosfóro...
16. Casal "água de salsicha": um casal "água de salsicha" é aquele tipo que vive a inexperiência de um relacionamento justamente por sua falta de maturidade e auto-conhecimento. Seria mais interessante eles crescerem primeiro antes de resolverem começar um relacionamento. No entanto, sabe-se lá porque cargas d'água eles resolveram entrar nesse campo minado, já que eles mal sabem limpar suas bundas sozinhos. Esse tipo de casal é facilmente reconhecido, porque quando juntos, eles são inertes e atônitos, e não fazem nada demais. NADA demais mesmo! Se para eles segurarem as mãos já é um parto, para darem um beijo então, é como uma cirurgia de remoção de um tumor no cérebro! Se isso acontece, é sempre às escondidas. Sexo? Psssss... nem com banda de música e com os números da Mega Sena! Como vocês notaram, um casal "água de salsicha" tende a ser um casal jovem, com seus 13-14 anos, mas acreditem, existe uma boa velharada que age assim... Normalmente esse tipo de casal é desacreditado pelos outros, e nunca vão muito adiante com essa história. O título desse casal vem justamente porque quando você olha para eles, não vê muita coisa na cabeça deles além de "água de salsicha"...
"Aliás, já notaram como os casais são tão significantes no cotidiano dos mortais? Desde "o Fulano e a Fulana ficaram ontem" até "o Ciclano e a Ciclana se separaram depois de anos", nenhum comentário é poupado quando o assunto são os casais."
ResponderExcluirAdorei! Mais uma ótima crônica, só pra variar! hehe Vê se não demora tanto pra postar outra, se não vamos ter outro trato envolvendo um tapa! aiuehaiue
Beijo, Grégo!
O senhor Ari (pra mim) tem toda razão. Somos tão sociáveis que precisamos estabelecer relações confusas, engraçadas, desastrosas e ou/interessantes para dividirmos com as pessoas certos sentimentos que sequer conseguiremos definir exatamente (agora ou posteriormente). Mas eu acho que somos sadicamente sociáveis sabe, e o casal que eu mais vejo o pessoal discutindo por aí é o "casal arrasto", porque na maioria das vezes gostamos de diminuir alguém para ressaltar o outro ou os demais.
ResponderExcluirA verdade é que ninguém se aguenta sozinho porque somos todos uns chatos, cheios de manias. Sejamos assim -chatos- juntos, portanto.
Sensacional, cara!
ResponderExcluirTu é o novo showman da literatura de auto-ajuda romântica. Vamos produzir uma crônica cinematográfica e levar o divã do Sr. Apêndice para a rua e filmar o lance todo!
Um antigo cliente tem o contato do Celso Portiolli. Ele pode apresentar.
Pára de demorar pra escrever, poxa! rsrsrs
ResponderExcluirEu acho que eu me enquadro no "casal perfeito". Ou pelo menos foi nesse que mais me enquadrei - porque o resto é triste, vai... rs
Pára de ser ácido com os relacionamentos! Juro que dá pra ser feliz! :-p
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirmeu deus!!!! reconheci varios casais de amigos aqui!!! o casal siames (grude) é isso mesmo! cansam em enjoam demais!!!!! :P
ResponderExcluiradorei mais esse texto sr. apendice! bjos :D
Genial, mais uma vez! xD
ResponderExcluir"Evidentemente, você não consegue imaginar uma vida tão perfeita, por isso torce para que ela seja frígida e ele broxa. E que ambos tenham taras secretas, como defecar um em cima do outro... (Hahahaha...)"
hsiuHAIHuiahsuihASUIHiaushiUAHSIUhasiuHSA
Esses teus comentários.... :D
Conheço casais nos quais um assume o papel de corno-manso, numa espécie de comum acordo; casais que são uma variação do "casal arrasto": a parte interessante arrasta a parte desinteressante numa espécie de autoflagelação por erros do passado, ou medo de ficar sozinho mesmo, ou preguiça de voltar à ativa; casais enterrados numa fístula do orifício retal com a esperança inabalável de que, com a devida persistência, possam migrar para um orifício mais nobre; casais acomodados em uma oceano de ressentimentos; casais que continuam juntos apenas por causa da família do cônjuge; casais com aspectos de várias categorias (vai ver esses são os saudáveis, sei lá: as relações humanas são tão complexas oO).
A única regra que aprendi a seguir, em se tratando de relacionamentos, é: em primeiro lugar, minha saúde mental! rsrsrsrrsrsr Tá, parei com a divagação xP
Espero ansiosamente a próxima!!!
Muito certo! Ainda ontem eu falei com uma amiga minha sobre outra amiga nossa, que a maior preocupação dela era o status de relacionmamento no orkut e facebook. Hoje me deparo com esse texto e vejo o "casal vitrine" com tudo que falamos. Tive que deixar um comentário, hehehe.. Adoro esse blog, só não demora mais tanto para a próxima crônica! Abraços
ResponderExcluirAntes de mais nada, sim, eu tinha um MiniAlquimia e ADORAVA! Pensando bem, os casais tem tudo a ver com química. Existem 'n' tipos de casais, depende dos elementos que misturamos e a maneira como misturamos esses elementos para que o produto seja diferenciado do outro. Sem contar as variáveis externas a essa formula, como a idade, a maturidade, etc.
ResponderExcluirAlgumas dessas formulas forma muito bem abordadas pelo meu amigo Sr. Apêndice em sua divertida crônica!
Saindo da química e se dirigindo à sociologia, nenhum ser humano vive isolado. Ontem ainda estava lendo que a diferença entre o homem médio e os animais não é simplesmente a racionalidade mas a liberdade de agir. Nós podemos enxergar além dos instintos ancestrais porque temos livre arbítrio. Isso tudo quer dizer, podemos formar casais com quem a gente bem entende. O produto dessa relação pode causar muitos efeitos como foi bem exemplificado, dessas se percebe que começaram por um motivo em comum a atração instintiva e a atitude volitiva do ser humano, por isso se revelam tão peculiares.
Pra finalizar, a mensagem que tiro dessa crônica é de que o amor se sente e não se explica; apenas a observação de seus efeitos nos trazem conhecimento.
Obs.: ando lendo filosofia demais.
Dica: leiam O Amor e os Filósofos - de Sócrates a Simone de Belvoir. Dos autores franceses Aude Lancelin e Marie Lemonnier.
Recado final: Sr. Apêndice, o Sr. se supera a cada crônica! Leio, indico e filosofo sempre! Beijos!
Putz, eu e ele somos multifacetários: estamos em muitos casais descritos aí, dependendo do momento (nem ligo...rs rs rs).
ResponderExcluirTô de volta.
Grata por me ver lá naquelas bandas e um 2011 bom para você!
É impossível se achar em apenas 1 perfil! Todos casais são um pouco de cada em cada momento do relacionamento. Eu mesmo reconheci meu namoro em uns 4 casos, mas com certeza, tem vários casais que são bem desses tipos. Ri muito com o "casal doce mais doce" e com o "casal funerária". Tuas crônicas são sempre as melhores Sr. Apêndice! Por isso não demora mais tanto tempo para postar de novo!!! Beijão, e parabéns por mais esse texto (não sei como tu consegue se superar mais a cada texto!)
ResponderExcluir- Isabella M. Heemann: Muito obrigado Isinha! E sim pode deixar que não vou demorar, pois não estou a fim de levar tapas por isso, auheuiaheiuae... Muito obrigado pelo apoio de sempre! Beijos
ResponderExcluir- Pricilla Farina Soares: Pri, com maestria e inteligência, tu conseguiu sintetizar o drama das relações e da condição humana: "A verdade é que ninguém se aguenta sozinho porque somos todos uns chatos, cheios de manias. Sejamos assim -chatos- juntos, portanto." Titio Ari deveria saber disso, mas não quis assumir. Afinal, ele mesmo era um baita chato! Hahaha... Muito obrigado pelo teus ótimos comentários de sempre, e por me ajudar sempre a colocar peças nesse quebra-cabeça das relações humanas! Beijos
- g.t.: Valeu mesmo cara! O lance de filmar o divã do Sr. Apêndice é uma grande ideia, mas por favor, dispenso a apresentação do Celso Portiolli! Hahahha... Abraço
- Pri Sganzerla: Pode deixar, juro que vou tentar demorar menos para postar coisas novas! Quanto a continuar jogando ácido nos relacionamentos, bem, isso não sei se posso prometer. Mas que eles podem dar certo, isso podem! Até escrevi uma crônica sobre o assunto, hehehe... Não sou o nêmesis dos relacionamentos, ora! Hehehe... Beijos e obrigado por comentar
- val: Para mim Val, o casal "siamês" e o casal "doce mais doce" são os mais tristes. E mais comuns do que parecem, hehehehe... Muito obrigado por ler o blog e por comentar! Beijos
- Marta Zielke: Marta! Muito obrigado pelo comentário! Adorei o que disseste, e realmente não sei como não mencionei o fato do corno-manso no texto! Ótima lembrança... Aliás, acrescentaste várias novas coisas sobre casais, que realmente me deixou com vontade de fazer uma segunda parte dessa crônica! Obrigado mesmo por comentar! "A única regra que aprendi a seguir, em se tratando de relacionamentos, é: em primeiro lugar, minha saúde mental! rsrsrsrrsrsr" - Genial!!! Beijos e pode esperar que já estou preparando a próximas crônica
muito legal greg
ResponderExcluireu tenho um amigo que se enquadra no tipo "casal bolha"
abrass, Polako
- Catarina: Muito obrigado mesmo pelo comentário! Ah, o casal vitrine é mesmo isso, o que vale é orkut e facebook, hahaha... Beijos e continue acompanhando o blog. Prometo não demorar mais tanto!
ResponderExcluir- greicy.ps: Química, Sociologia, Psicologia, Astrologia... a lista de áreas que podemos estudar pelos casais é longa! São para mim um campo fascinante do próprio comportamento humano. Química é tudo? As pessoas podem conviver só pelo "q" a mais que elas tem? E se é esse o caso, vale passar por isso, em nome da nossa condição de não conseguirmos viver sozinhos? Bem, teremos sempre mais perguntas do que respostas, mas mesmo assim, a observação de casais e seus relacionamentos sempre vão nos divertir muito! Hehehe... Muito obrigado libriana pelos teus sempre ótimos comentários! Fico muito grato por sempre acompanhar o blog! Beijos
- Celma: Também acho que, dependendo do momento, somos vários desses tipos de casais! E que bom que tu estás de volta! Vou voltar a frequentar teu blog! :D Beijos
- Luciana Mello: É como eu disse para a Celma, "dependendo do momento, somos vários desses tipos de casais" mesmo! Muito obrigado pelo comentário, e pode deixar, não vou demorar mais tanto (já prometi isso para todo mundo nesse blog hoje, hehehe)! Beijos
- nexus6: Ahhh... o casal bolha é uma preferência nacional, hehehe... Valeu pelo comentário, Polaco! Um abraço
ResponderExcluirPrezado Sr. Apêndice: a partir da presente data passaremos a estudar seus tratados em busca de respostas para esses enigmas impenetráveis do comportamento humano.
ResponderExcluirAbraço!
Opa, tudo jóia? A resposta para sua pergunta está no F.A.Q. do blog.
ResponderExcluirAcho mesmo que o amigo aí ia gostar bastante do livro
Abraço!
Pronto. Relacionamentos já não eram o "meu forte", depois de hj eu desito definitivamente...
ResponderExcluirNão existe o casal casal.
Abraço.
[Agardeço as visitas. Obrigado pela companhia. Pela ausência.]
Olá!
ResponderExcluirAdorei seu texto. Num exagero do portugûes, morri de rir! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Acessa meu blog também:
www.rapsodiadeafetos.blogspot.com
Abraços!
Caramba!! Só não conheço pessoalmente 2 desses tipos. Os outros... Nem sabia que havia tantos tipos de casais.
ResponderExcluirPausa pra reflexão. Me encaixo num bom par deles. Bj
- minicontosperversos: Será uma honra te ter "estudando" meus escritos, ainda por eu viver a ler teus MCP em busca de respostas para os relacionamentos também, hehehehe... Abraço
ResponderExcluir- Profeta do Terror: Eu também acho que vou desistir, porque a coisa é crítica mesmo Profeta! Hehehe... Não precisa agradecer, eu que agradeço pela leitura que tu seguidamente me proporciona! Abraço
- Débora Guedes: Muito obrigado, Débora! Já visitei teu blog, e achei muito bom! Virei um seguidor! Abraço
- Helô: E tem muito mais casais, Helô. Mas aí, eu passaria a escrever só sobre ele. E todo mundo se encaixa num tipo, hehehe... ou vários! Beijos
eu e meu amigo de sala temos meio que uma amizade mista mas acho que estou mim apegando a ele que casal nos somos
ResponderExcluirApesar da triste realidade... Genial!
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