segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Putz, fudeu!"

Não adianta, mas no mundo dos relacionamentos, existirá uma maldita hora em que eles serão acometidos por um momento tão útil e necessário quanto uma diarreia infernal no meio da rua. E justamente como essa situação, ainda poderá acontecer o caso da sua relação entrar desesperada num banheiro imundo da vida e não ter um infame pedaço de papel higiênico. Nessas horas inglórias, o destino te sorri com dentes amarelados, olha na tua cara e diz: "só lamento por ti".

Quem passou por isso em uma relação, sabe do que estou falando. Há momentos em nossas vidas amorosas em que nos sentimos tão impotentes e miseráveis com uma determinada situação, que tudo pode ser resumido numa única expressão: "putz, fudeu!".


Quando um relacionamento confrontra um momento "putz, fudeu!", é aí que percebemos as rachaduras no pedestal sobre o qual colocamos aquela pessoa, que até então resumia o que admirávamos e desejávamos em outro alguém. É o ponto divisor de águas em um relacionamento, o momento em que percebemos que a partir dali nada será como antes. Em casos mais premonitórios, dignos de cigana de parque de diversões, é quando visualizamos o começo do fim. É triste, lamentável e profético. É até mesmo bizarro, mas o mundo está cheio de exemplos de relacionamentos que não deram certo por causas ridículas e improváveis. Casamentos de anos acabam por causa de uma margarina mal raspada ou de um tubo de pasta de dentes aberto em cima da pia. Namoros nem chegam a começar, porque a pessoa ri feito uma hiena histérica ou "pq iscrevi dessi jeitinhuuu p falar c miguxus nu msn!!!!!!".


Claro, há casos mais fatuais e drásticos, como aquele olhar abalado do seu(sua) namorado(a) quando viu a(o) ex passar na rua depois de tempos sem se verem. Ou então aquele papinho clássico de que ele(a) precisava de mais espaço na relação, porque desde que Vênus se alinhou com Júpiter e começou a atrapalhar a reprodução do salmão na Escandinávia, às coisas tem andando estranhas entre vocês. Em momentos como esses, tudo o que nos resta é respirar fundo e tomar em nosso orifício retal favorito. E acreditem, às coisas sempre tendem a piorar, a níveis apocalípticos se possível. Contarei a vocês um caso real, digno de um dos maiores "putz, fudeu!" que conheço.


Certa vez, uma amiga minha acabou seu namoro quando descobriu que o namorado fazendeiro mantinha relações sexuais com uma vaca. Não, não é força de expressã
o. Era uma vaca mesmo. Quadrúpede, malhada, com chifres, sineta no pescoço e possivelmente apelidada de "Mimosa". O momento "putz, fudeu!" dessa minha amiga aconteceu no dia em que foi visitar a fazenda do namorado. Até então, ela não tinha grandes reclamações dele, a salvo do excesso de grossura da criatura. Mas tudo bem, ela até curtia um cara mais rude. No dia do acontecido, ela estava dando uma volta e aproveitando o ar campestre, quando resolveu dar uma espiada nas vacas. Para sua surpresa, ao chegar no curral, acabou flagrando o namorado em cima de um banquinho, "montado" em uma vaca. Detalhe que o "cowboy" não entendeu o término da relação. Em sua concepção, tão esclarecida quanto a de um boi, ele não havia feito nada de errado. Sua namorada não tinha motivos para se sentir traída, pois a "Mimosa" não era exatamente uma pessoa, e portanto não se tratava de um caso de adultério. Além disso, "ela que deixasse de ser boba", pois ele era muito apegado àquela vaquinha desde pequeno...

Evidentemente, não é preciso descobrir tendências zoófilas no outro para que um relacionamento caia no brejo do "putz, fudeu!". Basta às vezes, coisas mais simples e sutis, como um olhar vazio, a pressa da outra pessoa em largar os braços num abraço, ou aquele beijo, que de uma hora para outra não se encaixa mais. São aqueles minutos intermináveis de tensão que fica implícito naquele "nada, tô bem" , seguido por um silêncio funebre, uma resposta óbvia após a pergunta: "tem algo de errado? Qual o motivo dessa cara fechada?"

Se o relacionamento sobrevive ou não após um momento "putz, fudeu!" isso é variável, mas as chances são sempre pequenas. E mesmo que ele siga em frente, será como se tivesse sofrido uma amputação e começasse a andar de muletas. Por várias vezes, ele serve como um banho de água fria na relação. Por outras, como um alerta divino mostrando quem é realmente a pessoa pela qual você andava suspirando à toa. Imaginem serem chamados por outro nome no meio da noite? Ou então saber que a pessoa conta seus detalhes sexuais para a própria mãe? Ou pior: imaginem a decepção de descobrir que a pessoa pela qual vocês andavam interessados é fã do Justin Bieber!

E já que aqui estamos num tom de desgraça, por mais persistente que eu seja nas batalhas sentimentais, tenho que ser analítico, fatalista e realista o suficiente para dar-lhes a "boa" notícia: no amor, um momento "putz, fudeu!" é tão inevitável e fatídico quanto pisar num bolo de cocô de cachorro nas calçadas da vida. Mas claro, esses momentos são logo esquecidos quando encontramos um novo relacionamento com a quilometragem zerada. 


Quer dizer, esquecidos até ali.

Essa minha amiga, a que foi traída por uma vaca, parou de beber leite e repudia até um bife no açougue! Entre um passeio numa fazenda e uma visita ao inferno, ela certamente fica com a segunda opção. Quando a digo para deixar esse trauma de lado, ela me fita furiosa e pergunta indignada como eu me sentiria se fosse traído por um hambúrguer. Tenho que concordar com ela. Tem casos que "putz, fudeu!" para sempre.

18 comentários:

  1. meuuuuu deuuuuus :-O
    essa da vaca foi pra matar!
    hahahaha

    ótimo texto greg (como sempre) :)

    ResponderExcluir
  2. Ótima reflexão.

    Minha opinião: os momentos e os trejeitos estão lá desde sempre. Dado o tempo, alguns nós aceitamos. Talvez seja uma questão menos de vaca do que de confiança, talvez seja apenas um álibi para acabar. E talvez o único pecado no final seja a omissão (ou a falta dela). Afinal, as vacas são partes essenciais das pessoas que amamos.

    Pior que isso, só pegar a Maria Gadu e descobrir se tratar do Justin Bieber.

    ResponderExcluir
  3. "São aqueles minutos intermináveis de tensão que fica implícito naquele "nada, tô bem" , seguido por um silêncio funebre, uma resposta óbvia após a pergunta: "tem algo de errado? Qual o motivo dessa cara fechada?""

    É bem isso mesmo... Sempre que eu vejo que a relação fica assim, no dito pelo não dito, eu penso "putz, fudeu!" Pior que é sempre assim e acredito q pode ser diferente ;~~

    Adorei o texto!

    ResponderExcluir
  4. Obrigado aí pessoal por todos os comentários! O blog está sempre a disposição de vocês!

    - G. Tortelli: Eu concordo plenamente contigo. É aquela questão das rachaduras na estátua da Vênus de Milo. Ela tem várias imperfeições, mas que nunca as percebemos de primeira, devido ao nosso foco que só enxerga a beleza da obra de arte. Com tempo, se a observamos seguidamente, começaremos a notar as rachaduras e as lascas sobre sua superfície. Nos relacionamentos as "imperfeições" ou as "vacas" estão sempre ali, mas só vem a tona de acordo com o tempo ou com o escopo. Ótimo comentário, siga sempre acompanhando o blog! Ah, e pegar a Maria Gadu e descobrir o Justin Bieber é o fim mesmo...

    - Dani: Às coisas vão sempre se repetir enquanto existirem os tais "relacionamentos amorosos", hehehe... E os ditos pelos não ditos serão sempre frequentes em algum ponto, mas mesmo assim, a gente acaba sempre se entregando... Ainda diremos muito "putz, fudeu!" até a encontrarmos a pessoa certa! Obrigado mesmo pelo comentário! ;)

    ResponderExcluir
  5. muito bom cara! gostei do blog!

    ResponderExcluir
  6. hahaha
    Todos somos um pouquinho apêndice, todos temos momentos "fudeu"... mas poucas pessoas são traídas com um hamburguer. HAOIUEHIUOAE adorei, Greg! És o máximo, já te disse.

    ResponderExcluir
  7. quando tu me contou na aula dessa da vaca eu não acreditei. e na boa, não pode ser verdade! só vcs mesmo aqui no sul pra ter dessas, ahahahahahaaa...

    muito massa o texto cara! e eu quero um saco de papel xD

    ResponderExcluir
  8. E Justin Bieber ninguém merece mesmo!!! hahahahahahah

    ResponderExcluir
  9. Valeu por mais comentários pessoal! Fico feliz que apesar do curtíssimo tempo na ativa, o blog está bem movimentado. (Aproveito e agradeço aqui também àqueles que seguem o blog, ou comentam pelo orkut, twitter e até mesmo pessoalmente)

    - Gabi: Com certeza, todo mundo tem um pouco de Sr. Apêndice, mas ser traído por um hambúrguer é mérito dessa minha amiga. E tu que é demais, querida!

    - Morais: Sim cara, é verdade, já te disse! E isso é mais comum do que tu imagina,hahahaha! Só que às vezes, ao invés de vacas, são ovelhas, éguas, cadelas e até mesmo galinhas!!!! Sad but true... :P

    ResponderExcluir
  10. IUAEHAUIEJHAUIEJ! E eu que pensei que meu momento "putz, fudeu" fosse muito ruim. Depois dessa da vaca, me sinto até melhor! :) hehehe..
    Adorei! Beijo

    ResponderExcluir
  11. um momento "putz, fudeu" realmente desmistifica qualquer sonho. É um banho de água fria mesmo!
    Bizarra essa história da Vaca hauiheuieha
    Beijos aquariano!

    ResponderExcluir
  12. oi greg :) obrigada pelo comentário, pelos elogios e por seguir o blog da nani (estou te seguindo também)!
    não tive ainda muito tempo para fuxicar por aqui, mas ri muito com essa postagem x)
    qualquer coisa, estamos ae! beijo ;@@

    ResponderExcluir
  13. Obrigada pelo elogio no blog. Não sei como você o encontrou, mas agradeço. Gostei também do seu, terminos são fodas (eu que sei) vou te linkar para ler sempre.

    Abraços!

    ResponderExcluir
  14. Uma das melhores coisas que li nos últimos tempo na net! Parabéns, sucesso!

    ResponderExcluir
  15. Valeu aí pessoal por TODOS os comentários! Sem palavras MESMO para agradecer! :)

    - Giovanna I.: Essa é a ideia da coisa! Ainda não descobri um "putz, fudeu!" que batesse esse da vaca. Mas não duvido que exista, hehehe... Beijo Geminiana

    - greicyps: Um baita banho de água fria Libriana! Hehehe..Beijo

    - A.SFo.: Ou simplesmente Nani, hehe... Valeu guria! E os elogios foram merecidos ao teu blog mesmo! Beijo

    - Marina: Poxa, eu que agradeço pelo teus comentários! O teu blog é simplesmente genial, te disse isso! Abraço

    - Anônimo: Ahhh... valeu pelo exagero! Hahaha... Obrigado mesmo! :D

    ResponderExcluir
  16. Ei! A vaca chegou primeiro, ela que estava sendo traída!
    ;P

    ResponderExcluir
  17. Bem pensado Rogerzin! HAhahahahaa... :D

    ResponderExcluir

Fala que o Sr. Apêndice te escuta...